Robôs... Um misto de máquina e autômatos que tem encantado o
imaginário humano por décadas e nas mais diversas formas de literatura e se
apresentado como “prometus” dotados de força, grandeza exuberante, verdadeiros “colossos”!
Aqui, em particular nos quadrinhos, apresentamos INVICTUS, um grande robô que
aportou em terras brasileiras através do suplemento da GAZETA/SP, A GAZETINHAS #327
de 15 de Março de 1938.
INVICTOS, foi publicado em 13 pranchas sob o título de “O
TROTAMUNDOS”, escrito por LEONEL GUILLERMO PRIETO, e ilustrações de VICTALENO LEON C. A novela era distribuída
pela SERVICIOS PERIODISTICOS INTERNACIONALES, do México, nos levando a crer que
sua origem e criação sejam também mexicanos, como bem revelam também seus
autores.
As pranchas terminam abruptamente na edição do Suplemento da
GAZETA – A GAZETINHA #368 de 21 JUN 1938, na edição das terças, sem nenhuma
explicação e que numa nota, mais à frente, na edição 375, informa:
“O Trotamundos – Devido a um
imprevisto atraso na remessa do material enviado dos Estados Unidos, deixamos
de publicar a continuação da sensacional história “O Trotamundos”. A mesma,
entretanto, será reiniciada em um dos nossos próximos números”.
Terminando assim a novela e, ficando sem a conclusão da
temível história que, somente em 17 de Dezembro do mesmo ano teria continuidade
na edição # 445. Entretanto, a falta do
material da novela “TROTAMUNDOS”, permite a GAZETA, através de seus artistas,
AUROM (Álvaro Moura) e MESSIAS (Messias de Melo), darem vazão ao uma nova “fênix”,
surgindo aos invés de INVICTUS, o gigante de ferro: AUDAZ – O Demolidor, considerado
até então, uma criação genuína...
Os personagens originários da novela de LEONEL GUILLERMO PRIETO
e VICTALENO LEON C., eram os mesmos de AUROM e MESSIAS. Gregor - o Audaz, Dr.
Blum, mantém seus mesmos nomes na adaptação dos brasileiros. Na novela mexicana
o Gigante de Ferro e seus integrantes eram vilões e na versão brasileira passam
a serem mocinhos. A novela originária começa com um ataque de Gregor - o Audaz e Dr. Blum, com sua máquina de ferro,
à cidade de New York, que após intensa batalha, bombardeios e tiros de canhões
dos couraçados, inúteis - Gregor vai pedir a rendição da cidade e a direção do
governo. Nesse entremeios Gregor sofre um atentado, quando então termina a
novela...
AUROM (Álvaro Moura) e Messias de Mello retomam o projeto, no
início como uma “adaptação”, como bem está escrito no canto da primeira página,
depois como uma novela totalmente nova...
Tanto O INVICTUS dos autores mexicanos como o AUDAZ dos
autores brasileiros, são máquinas movimentadas e controladas por tripulantes a
partir de um cockpit. Na versão
brasileira o robô parece ser mais alto, comparativamente com as referencias
apresentadas no desenho. Por exemplo, o INVICTUS parece ter aproximadamente uns
150 metros de altura, considerando sua relação com Estátua da Liberdade ( partir
do fundo do mar) e, O AUDAZ já por se apresentar na mesma altura do Pão de Açúcar,
supõe-se mais de 300 metros. Ambos apresentam mobilidade extrema e armas, bem
como raios e aparelhos de imagem e som. A versão brasileira incluí mais um
personagem – Jaques Enes, O Garoto Dourado, que passa a integrar a equipe do
AUDAZ.
Na versão brasileira, notadamente originária de uma demanda
por falta de material, se apresenta com mais personalidade e transporta o
personagem a outro patamar, tornando-o um herói. Este fato não foi um caso
isolado nos quadrinhos, onde as recriações e ou emulações se tornam melhores
que as fontes. Um caso clássico no cenário mundial, foi a criação do Miracleman
a partir do Capitão Marvel, também por falta de material.
Por fim, resgatamos este personagem para conhecimento dos
novos leitores e para incentivar a pesquisa sobre o mesmo e seus autores, dos
quais nada se registra...
No excelente blog do Quim Trussel - Quadripop, tem um texto primoroso sobre o tema.
Lancelott.